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Conto, com a Reitora

Por um UNIFAI ainda melhor!

Recomeço de semestre. Às vésperas de eleições, o cenário econômico não é alvissareiro. Tivemos um primeiro semestre difícil, mas não é de dificuldades que quero falar aqui. Os desafios, já os conhecemos. Quero falar de perspectivas. Já explico por que começo este segundo semestre com otimismo redobrado. Acho oportuno, antes, esclarecer que não têm fundamentos os boatos de que o UNIFAI será incorporado à PUC. O UNIFAI encontra-se, sim, em buscas de soluções para os muitos problemas que, aliás, não são exclusivos dele, mas de todo o sistema educacional brasileiro. O que temos é um momento de desafios, mas em que momento de nossa história não houve desafios? É hora de buscar parcerias, de unir forças, todos, professores, alunos, funcionários e quem mais quiser abraçar esta tarefa. Esclareço: o que se cogita, com a PUC, é a unificação das mantenedoras (IESP e FUNDASP), não a união das mantidas. 

Agora explico meus motivos para acreditar que é possível transformar o UNIFAI em uma instituição mais forte e sustentável. Estive no III Encontro Internacional de Reitores Universia 2014, no final de julho, no Rio de Janeiro. Ali, durante três dias, participei de uma reflexão coletiva sobre o presente e o futuro das universidades ibero-americanas. Ao tomar contato com experiências de mais de 1.100 reitores de universidades e centros universitários de várias partes do mundo (Alemanha, América Latina, Cingapura, Espanha, Inglaterra, Estados Unidos e Portugal), pude vislumbrar iniciativas que podem melhorar nosso trabalho. Muitas ideias me vieram à mente. Em momento mais oportuno quero partilhá-las com vocês.

Importante é que, ali, pude perceber a importância de nos espelharmos no que de melhor vem sendo feito por instituições como Oxford, Yale, Heidelberg, Cingapura e mesmo por nossas vizinhas na América Latina, e de estarmos em contato, em rede, para pensarmos formas conjuntas de responder aos desafios do presente, de ajudarmos nas demandas que desafiam nossa sociedade. Muito do que ouvi de líderes dessas instituições me deixou alerta: será que estamos oferecendo conhecimento condizente com as reais necessidades de nossa sociedade? Certos empregadores necessitam de um perfil que não vemos em muitos dos nossos alunos e a sociedade pede, cada vez mais, soluções criativas a seus inúmeros problemas. É urgente fazermos uma revisão das matrizes e dos conteúdos a serem trabalhados em nossos cursos, conjugando mais ensino e prática.

Também me chamou a atenção o fato de essas universidades e centros universitários disseminarem conhecimento não apenas dentro de seus muros. Ninguém trabalha sozinho. Muitos são os projetos conjuntos entre eles, a começar pelo envio de estudantes para aperfeiçoamento de outras línguas e intercâmbio de novos saberes. Por que não fazermos o mesmo com as muitas universidades católicas na América Latina, uma vez que temos o mesmo objetivo de formação humana e cristã? Por que não atrairmos universitários nas áreas humanas para um estágio de desenvolvimento acadêmico por meio de projetos de extensão? 

Precisamos apostar na mobilidade estudantil e de docentes, trabalhar para que alunos e professores possam ampliar seus horizontes para além de nossas salas de aula, encurtar distâncias para superar diferenças culturais e sociais. Por que não trazermos estagiários de universidades de países latino-americanos, como Argentina, Chile, Colômbia, Costa Rica, etc., para passar conosco três/quatro meses, aprendendo, ensinando, trocando conhecimentos em áreas como História e Filosofia, Pedagogia e Serviço Social? Poderíamos buscar apoio para acolhida desses estudantes junto a congregações religiosas e com investimento modesto do próprio UNIFAI voltado para esse fim. Para os professores, podemos pleitear bolsas de estudos com subsídios... Um trabalho de internacionalização, com iniciativas que contemplem alunos e professores para além de nosso espaço, nos ajudará a vencer dificuldades comuns. Não se trata de importar modelos, mas de conhecê-los e encontrar formas de adaptá-los à nossa realidade, firmando alianças.

Neste encontro ficou clara também a necessidade de incentivarmos cada vez mais os grupos de estudos, para produção de conhecimento; de promovermos a formação continuada dos professores e fortalecimento dos recursos docentes, no que diz respeito à reestruturação da equipe, à proporção de professores doutores e disponibilidade de recursos para o ensino. Temos, ainda, que explorar a utilização plena das tecnologias digitais, para desenvolvermos as questões que dizem respeito ao ensino a distância. Temos um mundo à frente que precisa ser desbravado.
 
Não tenho dúvidas de que o futuro que queremos para o UNIFAI passa, antes, pela capacidade de reconhecermos o que somos e o que pretendemos ser enquanto fonte de geração de conhecimento de qualidade, beneficiando, em princípio, nossa comunidade, nosso entorno, mas com reflexos crescentes e duradouros em toda a sociedade. Precisamos nos abrir para o mundo, nos espelharmos em outras instituições que passaram e/ou ainda passam pelos mesmos desafios que nós. Como disse Bernhard Eitel, reitor da Ruprecht-Karls-Universität Heidelberg, da Alemanha, as universidades precisam se internacionalizar, trabalhar juntas por melhores resultados. O que temos que saber é: não podemos ficar isolados. Podemos procurar parceiros ao redor do mundo.

Como disse no início, o momento é de união – mas vamos começar aqui dentro mesmo, com união de ideias, de objetivos, de discurso. Só assim, fortalecidos, tornaremos o UNIFAI ainda melhor.
 

São Paulo, 27/08/2014

Imagem de uma mulher branca, loira de cabelos lisos, sorrindo com um fundo escuro.

Profª. Drª. Karen Ambra

Reitora do Centro Universitário Assunção - UNIFAI