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Aprendizagem organizacional na visão da autora Claúdia Cristina Bitencourt

Edineide Maria de Oliveira

    A aprendizagem organizacional é um tema que ganha notoriedade no século XXI, nas organizações e nas Instituições de Ensino, e para ter uma visualização da importância deste tema, a autora Claudia Cristina Bitencourt no seu texto: “Aprendizagem Organizacional uma estratégia para mudanças”, inicia mostrando a importância da aprendizagem dentro das organizações, acredita ser fundamental para a mudança, bem como essencial para adquirir-se conhecimento, ou seja, as mudanças promovem também a aprendizagem que segundo a autora é “um germe do conhecimento”.

    Bitencourt (2001) conceitua aprendizagem organizacional como sendo o desenvolvimento contínuo de estratégias e de procedimentos, para que se atinja melhores resultados contando com a participação efetiva das pessoas no processo de aquisição e disseminação de conhecimento, fato esse que se relaciona diretamente à questão do desenvolvimento de habilidades e atitudes.

    Para tanto, é imprescindível ter certa flexibilidade, aproveitando todas as etapas como forma de conhecimento, não desperdiçando os erros, mas sim aproveitando-os para realização de acertos futuros no processo de aprendizagem.

    Este contexto nos remete ao texto do artigo: “Aprendizagem organizacional” confirmando um axioma dos autores Karl E. Weick e  Frances Westley (2004) em que é visualizada, dentre as proposições centrais do artigo, a intenção de articular e afirmar as condições em que a aprendizagem ocorre nas organizações. Ao mesmo tempo em que os procedimentos são realizados, os esforços para preservarem a organização se enfraquecem, criando assim obstáculos que impossibilitam a aprendizagem.

Weick e Westley (2004) mostram que o relacionamento entre aprendizagem e organização é restrito, difícil e desconfortável, visto que existem diversas incompatibilidades relacionadas às estruturas e outras especificidades, tanto do lado das organizações como do lado da aprendizagem. No entanto, os autores têm como meta afirmar o oximoro da aprendizagem organizacional que é manter a organização e a aprendizagem conectadas, a despeito destas se moverem em direções opostas.

    Percebe-se que organizações que tem determinadas estruturas criam diferentes problemas para a aprendizagem. Como exemplo, as estruturas burocráticas exploram as lições e as identidades passadas, trocam a variação pela retenção, mantêm a ordem, enquanto que as estruturas adhocracias exploram, criam e alinham-se com as mudanças. No entanto, ao abraçarem a desordem como formas desordenadas, põem em risco à integridade, a perda da identidade, as lições aprendidas no passado, trocando assim a retenção pela variação. Este paradoxo promove um questionamento: qual é a melhor maneira de aprendizagem na organização?

    O conceito de aprendizagem organizacional e como esta acontece difere para cada linha de pesquisa e, conforme o texto, é diferente para o economista, administrador e psicólogos. No entanto, segundo a autora a organização da aprendizagem é defendida por alguns autores, mas quando da exposição de suas posições é diagnosticado  em concordância com seu conceito e referência.

    Segundo Claudia Cristina Bitencourt o conceito de organização da aprendizagem se dá da seguinte maneira: “é o local onde ocorre um aprendizado humano de alta qualidade, podendo ser uma espécie de sistema social, diferente daquele vislumbrado pelo conceito dominante da teoria organizacional”.

Segundo,  Weick e Westley, 2004:

O que distingue a organização que aprende é sua capacidade de confrontar a possibilidade de que a história contada seja, simultaneamente, um conto de desordem, em que a realidade do perigo mascara a segurança, e um conto de ordem, pois a realidade da segurança mascara o perigo (WEICK E WESTLEY, 2004).

O texto diz que é importante considerar o oximoro da aprendizagem organizacional em que se restringe a linguagem, os artefatos e as rotinas de ação, evidenciando que a aprendizagem organizacional é contraditória e até ilusória, em que as situações diversas possibilitam a ordem e a desordem como espaços sociais possibilitando a aprendizagem. Também enaltece que cada forma pode ser burocrática e adhocrácica, basta que as organizações procurem posições mais vantajosas e abram espaço para o aprendizado; portanto, se faz necessário que as organizações procurem um equilíbrio entre as formas de aprendizado.

Os conceitos relacionados à aprendizagem organizacional e às organizações de aprendizagem apresentam definições diversas por meio das quais os autores mostram a imagem da organização que levam à análise da aprendizagem, ratificando o significado da palavra aprender e averiguando se a aprendizagem é um fenômeno individual ou organizacional  por meio do qual se dá uma realização ou resultado de um processo. 

Porém, dentre os diversos conceitos, é necessário destacar os pontos básicos que são:
•    processo;
•    transformação;
•    criação e reflexão; e
•    ação.

     Todavia alguns autores enaltecem a questão cultural como crenças, conhecimentos e metas para que o aprendizado seja mais compreendido, conforme mencionado abaixo:

Se combinarmos essas imagens da cultura com as imagens das ações de explorar e de tirar vantagem, começaremos a nos aproximar da seguinte definição “a aprendizagem organizacional é aquisição, sustentação e mudança, mediante ações coletivas, dos significados inseridos nos artefatos culturais da organização” (COOK E YANOW, 1993).

A aprendizagem torna-se mais acessível quando a cultura da organização é conhecida e trabalhada de uma maneira positiva, contemplando o  conhecimento adquirido pelos indivíduos que fazem parte de grupos e também equipes de trabalhos com objetivos estabelecidos.

(...) definir organizações como cultura torna mais fácil falar sobre aprendizagem. Tratar uma organização como tribo é um salto conceitual menor do que tratá-la como cérebro, pessoa ou computador.