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Conto, com a Reitora

Partilha de afeto em curso no UNIFAI

Ao longo deste ano, o UNIFAI vem vivendo momentos importantes que gostaria muito de compartilhar com vocês neste espaço. Dois projetos de extensão que ganharam corpo nestes últimos tempos em nossa instituição merecem destaque principalmente pelo impacto que devem causar em nossa sociedade, na vida das pessoas para os quais foram desenvolvidos, na vida de cada um dos que se envolveram com elas e em nossa própria instituição.

O primeiro é o Curso de Língua e Cultura do Brasil para Refugiados e Imigrantes, uma iniciativa da nossa Pastoral Universitária envolvendo os cursos de Pedagogia, Serviço Social, História, Direito, Biblioteconomia e Filosofia, além de um bom número de voluntários e alunos dos cursos de pós-graduação. O intuito é proporcionar o conhecimento inicial da língua e da cultura brasileiras, dos direitos e deveres do cidadão estrangeiro, para atender às necessidades mais imediatas de nossos irmãos que chegam ao Brasil em busca de refúgio ou de melhores condições de vida. São ferramentas indispensáveis para que eles tenham acesso a trabalho, moradia, saúde pública, educação, enfim, à cidadania.  A integração plena desses imigrantes e refugiados em nosso meio só foi possível pelo apoio de parceiros como Caritas, Missão Paz, PUCSP, USP, etc.

O segundo projeto também nos enche de orgulho: o UNIFAI foi escolhido para ministrar o curso de Apadrinhamento Afetivo, dentro do Programa “Abraço: ampliando horizontes, construindo laços”, criado pela Vara da Infância e Juventude do Foro Regional de Santo Amaro. Imaginem o impacto disso na vida de crianças e adolescentes que vivem em casas de acolhimento e que, por inúmeras razões, têm poucas chances de voltar ao convívio familiar e muito menos de serem adotadas! 

O apadrinhamento afetivo não é novidade nos abrigos do País. Vem sendo feito informalmente por pessoas que conhecem os danos da falta de laços familiares no crescimento e desenvolvimento dessas crianças. Os benefícios da prática chamaram a atenção dos magistrados, que admitiram não ter respostas para a angústia dessas crianças que veem cada dia mais distante o sonho de serem adotadas.

A partir da observação acurada das práticas usuais de apadrinhamento nas casas de acolhimento, os magistrados decidiram então aperfeiçoá-las. Para tanto, propuseram-se a planejá-las, organizá-las e supervisioná-las para, então, multiplicá-las de forma a atingir o maior número possível de crianças e adolescentes. Nesse sentido, criaram uma série de procedimentos para a prática do apadrinhamento afetivo, dentre elas, a obrigatoriedade de participar de um curso de capacitação dado por uma Instituição de Ensino Superior (IES).

Graças ao esforço da professora Alessandra Medeiros, coordenadora do Curso de Serviço Social, o UNIFAI pôde abraçar o projeto pensado pelas juízas, Dra. Maria Silvia Gomes Sterman e Dra. Sirley Claus. E em consonância com essas obrigações definidas pela Vara , os profissionais dos cursos de Serviço Social, Pedagogia e Direito de nossa instituição deram início à formação de padrinhos afetivos. Mais do que amenizar o drama dessas crianças e adolescentes, o UNIFAI, como instituição de ensino católica e confessional, cumpre, com esse projeto de extensão, sua missão de ir ao encontro da sociedade e auxiliar no aperfeiçoamento do saber.

A iniciativa de apadrinhamento afetivo demanda qualificação no aspecto pedagógico, social e jurídico e nossos docentes têm muito no que colaborar, seja mostrando a essas pessoas os aspectos práticos da nobre função de “padrinhos afetivos”, seja explicitando o papel extremamente importante e decisivo que passarão a ter na vida desses pequenos seres no sentido de lhes garantir o direito à convivência familiar e comunitária. 

Ao abraçarem a causa, assumem o compromisso de estar “presentes” na vida dos afilhados, seja por meio de visitas e até mesmo das redes sociais, email e contato telefônico, participando de momentos-chaves como provas escolares, comemorações festivas e de outras atividades do cotidiano; assumem o compromisso não de comprar coisas, mas de partilhar afeto, carinho, generosidade, justamente o que mais tem feito falta à nossa sociedade nos últimos tempos. 

Reitor Prof. Dr. Pe Edelcio Ottaviani

São Paulo, 09/09/2016

Imagem de uma mulher branca, loira de cabelos lisos, sorrindo com um fundo escuro.

Profª. Drª. Karen Ambra

Reitora do Centro Universitário Assunção - UNIFAI